domingo, 27 de julho de 2008

Editorial JULIETTE 000

“Dentre os perigos que a arte moderna corre, o pior é a ausência de perigo”.
Theodor Adorno

Na imagem de uma perversa e criminosa personagem do Marquês de Sade, JULIETTE vem representar a força transgressora da obra de arte.

Sempre disposta a ocupar o lugar da marginalidade que afronta os lugares comuns constituídos, JULIETTE é o perigo necessário que rompe os limites do conhecido: funda um novo olhar, uma nova perspectiva e percepção.

Este é o espaço que esta revista quer inaugurar: abrir uma voz (assim mesmo, abrir, esgarçar, rasgar). Uma voz que venha romper o silêncio que impomos a nós mesmos a respeito do que fazemos: o cinema.

Que esta voz não seja um “falatório” inócuo e irrelevante, mas sim uma Weltanschauung (“visão de mundo”, assim em alemão para pesar bastante).

O tema de nossa JULIETTE é todo o cinema: desde seu surgimento, com os irmãos Lumière (estamos com esta tese), até a última produção paranaense independente.

Que JULIETTE instigue nosso senso crítico, nossa concepção de arte, nossa vontade de elaborar um pensamento a respeito de nossa ação fílmica.

Contra o medo de Adorno, a proposta é nos expor e nos arriscar. Vamos à crítica.

Josiane Orvatich

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